A meio caminho entre Lisboa e Madrid, no nordeste de Portugal, encontra-se a Raia, uma região de montanhas, florestas e pessoas determinadas com uma cultura milenar.
As montanhas estão cobertas de florestas de carvalhos, pinheiros e castanheiros, onde a água jorra das pedras, e veados, javalis, águias, grifos, raposas e linces ainda vagam. As pessoas desta região são fortes e costumavam subsistir em condições adversas. O isolamento criou-lhes um profundo sentido de auto-suficiência e resiliência. Castelos de mil anos pontuam a paisagem, lembrando-nos o passado rico e tumultuoso desta região.
O inverno frio, nublado e rigoroso, quando as árvores hibernam e a neve cobre os campos
Uma primavera resplandecente e cintilante que traz as árvores de volta à vida numa exibição da cor verde-clara das suas folhas frescas a florescer.
O verão, suavemente quente, quando todas as árvores estão cobertas de vegetação exuberante e as pessoas celebram a vida.
Um outono frutífero quando todas as folhas ficam castanhas e as castanhas caem no chão.
Os inúmeros castelos medievais e aldeias amuralhadas/fortificadas testemunham o rico passado histórico desta região e os festivais temáticos medievais são agora uma tradição - o castelo pentagonal do Sabugal, o castelo dos Alfaiates e a aldeia de Sortelha são alguns dos melhores exemplos deste rico passado.
O povo da Raia foi moldado pela austeridade da região - resistente, directo, auto-suficiente e orgulhoso. Essa austeridade originou inúmeras ondas de emigração que começaram no final do século 19 e deixaram uma região de 820 km2 com apenas 11.000 habitantes, abaixo dos 25.000 que tinha em 1864. A maior expressão da cultura local é o amor pelos cavalos e as touradas Furcão.
